quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Dinheiro liga Youssef à obra no prédio de Lula no Guarujá

Corretora de imóveis recebeu R$ 3,7 milhões de empresa usada pelo doleiro e repassou R$ 3,2milhões à OAS durante a finalização das obras do Edifício Solaris, segundo jornal


O ex-presidente Lula, dono de um tríplex no Guarujá, na abertura da 5ª Marcha das Margaridas, nesta terça-feira(Lula Marques/ Agência PT/Divulgação)





Utilizada pelo doleiro Alberto Youssef para lavar dinheiro, a empresa GFD repassou 3,7 milhões de reais entre 2009 e 2013 à corretora de valores mobiliários Planner - que repassou praticamente a mesma quantia (3,2 milhões de reais) à construtora OAS em 2010, durante a finalização das obras do Edifício Solaris, no Guarujá, litoral paulista, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva possui um tríplex. As informações são do jornal O Globo. Segundo a reportagem, o Ministério Público Federal suspeita que parte dos valores repassados por Youssef tenha sido usada para concluir a obra, iniciada pela Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), que realizou diversas operações financeiras com a Planner.
Os repasses da GFD para a Planner constam nos primeiros documentos analisados pela Polícia Federal depois da quebra de sigilo fiscal das empresas de Youssef, um dos principais delatores do petrolão. Já os acordos financeiros entre a Planner e a OAS aparecem em documentos do processo que investiga irregularidades na Bancoop, que tramita na 5ª Vara Criminal de São Paulo, aos quais o jornal teve acesso.


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De acordo com a reportagem, enquanto recebia dinheiro de Youssef, a Planner fazia pagamentos à OAS por meio de outra empresa do grupo, a Planner Trustee. O dinheiro foi repassado pouco depois da empreiteira ter assumido as obras do prédio. Responsável por apurar fraudes na Bancoop, o Ministério Público de São Paulo decidiu reabrir as investigações sobre a relação entre a OAS e a cooperativa - e vai repassar as informações à força-tarefa da Operação Lava Jato.
A Bancoop quebrou em 2006, deixando 32 obras inacabadas e mais de 3.500 famílias na rua da amargura. A construção do edifício de Lula só terminou porque a empreiteira OAS foi contratada por João Vaccari Neto, presidente da Bancoop até 2010 e ex-tesoureiro do PT, para concluir o projeto, que estava parado assim como a maior parte das obras financiadas pela cooperativa. Para que o empreendimento fosse concluído, cada morador teve que pagar um adicional de 120.000 reais. A obra foi um dos favores do empreiteiro Leo Pinheiro a Lula. Sem uma mãozinha da OAS, poderia dar cadeia o golpe da Bancoop, um ensaio geral para a roubança generalizada que marcaria mais tarde as gestões petistas. Vaccari, aliás, está preso atualmente em Curitiba por envolvimento no escândalo do petrolão.
À beira da praia e com vista para o mar, o prédio tem três tipos de apartamentos - as coberturas tríplex, alguns duplex de 162 metros quadrados e outros de um pavimento, com cerca de 100 metros quadrados. O de Lula, que ficou pronto neste ano, pertence à primeira categoria. Fica no 16º andar, tem elevador privativo e 297 metros quadrados. Além de Vaccari, também constam da lista de cooperados do Solaris a mulher de Freud Godoy, o ex-assessor de Lula que ficou famoso no caso dos aloprados, em que militantes petistas foram presos tentando comprar um dossiê com informações falsas contra o tucano José Serra. A quebra da cooperativa se deu, segundo o MP, com um rombo de pelo menos 100 milhões de reais porque seus dirigentes desviaram dinheiro pago pelos mutuários para "fins escusos".
A OAS disse ao Globo que a Planner foi usada para a emissão de debêntures (títulos da empresa). Calos Arnaldo Borges de Souza, sócio da corretora de imóveis, disse que o dinheiro recebido da GFD corresponde à compra e vende de ações e que os 3,2 milhões de reais repassados para a OAS foram resultado da compra de debêntures emitidas pela construtora, que deu o imóvel em hipoteca. O advogado de Vaccari, Luiz Flávio Borges D'Urso, não quis se manifestar e disse não conhecer a operação. Já o Instituto Lula negou que o ex-presidente tenha um apartamento no Edifício Solaris e explicou que a família dele é dona de uma cota do empreendimento, adquirida pela ex-primeira-dama Mariza Letícia em 2005 e quitada cinco anos depois.
Em janeiro deste ano, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou movimentação suspeita no valor de 18 milhões de reais entre a Bancoop, a Planner e o Sindicato dos Bancários de São Paulo na época em que a cooperativa de crédito habitacional era presidida por Vaccari. O alerta indicou que a movimentação pode ter se tratado de lavagem de dinheiro.
 Fonte: VEJA.com


terça-feira, 11 de agosto de 2015

Estudante de Conceição do Coité chama atenção por escrever de cabeça para baixo


Uma jovem de 17 anos, moradora do município de Conceição do Coité, a cerca de 35 km de Serrinha, chama a atenção de amigos e professores pela forma como escreve. Canhota, Bianca Cerqueira Oliveira dos Santos escreve cartas e faz anotações escolares começando pelo rodapé da página, de cabeça para baixo.

Estudante do 3º do ensino médio no Colégio Estadual Olgarina Pitangueira Pinheiro, a adolescente detalha que escreve assim desde criança, embora não tenha referências na família deste estilo de grafia. "Sempre escrevi desta forma. Meu pais nunca questionaram e eu nunca tive curiosidade de saber se isso tem explicação. Nunca achei anormal", contou.


Bianca explicou que escreve de cabeça para baixo em todas as situações. "Assinar documento, na escola, em tudo. Às vezes, eu fico com vergonha. As pessoas ficam olhando, reparando. Ainda assim, não me sinto constrangida. Acho normal", disse.

Na escola, ela disse que os professores acham diferente. Já os colegas, que não perdem uma brincadeira, questionam a lucidez da jovem. "Eles acham que eu sou maluca. Às vezes, eles tentam imitar. Ninguém consegue", contou, aos risos.

Às vésperas de fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Bianca afirmou que já está se preparando para ser alvo dos olhares dos concorrentes. "Eu fiz o Enem no ano passado. Algumas pessoas ficaram observando. Eu tive muita vergonha. O fiscal da prova chegou a comentar comigo que nunca tinha visto alguém escrever assim", afirmou.

Com o sonho de ser dentista, a jovem já se prepara para ser alvo dos olhares dos pacientes durante a prescrição de receitas. "Não me sinto diferente por isso. Não me incomoda e acho confortável. Sou feliz assim", apontou. (G1 e CN)

Fonte: cleriston Silva