Ex-rivais de Dilma Rousseff
na campanha presidencial, Marina Silva e Aécio Neves utilizaram uma entrevista
da presidente sobre a corrupção na Petrobras como matéria-prima para suas
ironias. Em textos veiculados na internet, ambos realçaram a ausência de
autocrítica na manifestação da presidente.
Para Marina, Dilma não tirou
os pés do palanque. “…Continua a fazer exaltações a seu governo em
manifestações descoladas da realidade.” Ela reproduziu três comentários da
presidente: 1) o caso do petrolão é “o primeiro da nossa história investigado”;
2) “isso pode, de fato, mudar o país para sempre”; 3) a investigação “não é
algo engavetável”.
Na sequência, Marina
espetou: “Dilma gosta de falar das ‘gavetas’ de governos anteriores, mas seria
positivo para a sociedade brasileira que ela esvaziasse as próprias. Em vigor
desde 29 de janeiro, a Lei Anticorrupção (12.846/13) ainda não está sendo
aplicada, segundo estudiosos do Direito, porque não foi regulamentada pelo
Palácio do Planalto. […] O Brasil aguarda ansiosamente que a presidente Dilma
retire das gavetas do palácio o decreto que ajudará a combater a ação dos
corruptores no país.”
Aécio escreveu que Dilma
reage ao noticiário “como se fosse apenas uma espectadora, uma cidadã
indignada, como se o seu governo não tivesse nenhuma responsabilidade com o que
ocorreu na empresa nos últimos anos. Como se não tivesse sido ela a presidente
do Conselho de Administração da Petrobras, responsável pela aprovação de
inúmeros negócios, hoje sob investigação.”
Para o ex-presidenciável
tucano, Dilma “zomba da inteligência dos brasileiros” ao “agir como se a
Petrobras não fizesse parte do seu governo.” Aécio lembrou que, nos debates
eleitorais, convidou Dilma a “pedir desculpas ao Brasil pelo que acontecia na
empresa.” Reiterou a provocação: “Presidente, a senhora não acha que está na
hora de pedir desculpas ao país pelo que o seu governo permitiu que ocorresse
com a Petrobras?”
Auxiliares de Dilma e
líderes do PT acusam a oposição de tentar criar no país uma atmosfera de
“terceiro turno''. Comportam-se mais ou menos como um oficial alemão que foi
visitar o estúdio de Picasso durante a ocupação de Paris. Ele viu na parede uma
reprodução de Guernica, o quadro que mostra a destruição da cidade espanhola na
guerra civil. “Foi o senhor que fez isso?”, perguntou o oficial. E Picasso:
“Não, foram os senhores”.
Fonte: UOL Noticias
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